Ora, ainda segundo a OIT, o que o futuro nos reserva, com a incorporação cada vez mais intensiva das novas tecnologias no mundo laboral, irá aumentar ainda mais o desequilíbrio em termos de igualdade de género e para essa organização das Nações Unidas, a solução passa por cada vez mais meninasseguirem carreiras científicas.
E aí a realidade nacional é bem negra: o corpo docente do ensino superior universitário e politécnico apenas integra 44,8% de mulheres. Isto apesar de o recente PREVPAP revelar que a maioria dos precários noensino superior,docentes, bolseiros ou investigadores, são mulheres, a quem as vetustas instituições negam um emprego estável e com direitos.Mas, mesmo as 78% de mulheres que integram o corpo docente dos restantes níveis de ensino não têm razões para estarsatisfeitas. A estas dezenas de milhares de profissionais altamente qualificadas estão a ser sonegados 9 anos, 4 meses e 2 dias de trabalho que efectivamente prestaram, em que se dedicaram de forma generosa e profissional aos seus alunos,e cuja reposição viram garantida na Lei do Orçamento de Estado de 2018, por um governo que decreta bandeiras a meia-haste pelas mulheres vítimas de violência e que exerce esta violência moral e psicológica sobre as e os profissionais da educação. E que mesmo assim não abdicam da sua nobre missão. São estas profissionais que, por vezes em detrimento do tempo para a sua própria família se dedicam de alma e coração às crianças e jovens com que trabalham. Sobretudo porque mesmo sabendo que para os decisores políticos tudo se resume a 1 Dia em que se fazem pias declarações, nas escolas há que, nos restantes 364 dias, travar uma batalha longa e penosa para combater, na raiz, um fenómeno que nos últimos tempos, fruto de uma sociedade cada vez mais individualista e da desagregação das famílias, se manifesta cada vez mais cedo, através da violência no namoro, ou entre simples colegas de escola. É nas mentese não nos tribunais que se vai ganhar esta batalha. E na primeira linha deste combate vão estar os professores, como vimos nasua esmagadora maioria mulheres.
Como sempre, ao seu lado terão o seu sindicato, o SINDEP.
Vivam as professoras, as educadoras e todas as mulheres!