Dia Internacional da Mulher
O ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher, e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, com a finalidade de lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.
Esta data está associada às manifestações de trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial, sendo 8 de março de 1917 a data da principal manifestação brutalmente reprimida e, considera-se, precipitando o início da Revolução bolchevique de 1917.
Em Portugal, foi na década de 1970, mais concretamente após o 25 de abril de 1974, que foi consagrado o sufrágio universal sem restrições ao direito de voto baseadas no sexo dos cidadãos. E, formalmente/constitucionalmente outros direitos de aplicação prática mais complicada. Ainda não passaram 50 anos…
Mas importa recordar que o sufrágio feminino foi proposto nas Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa em 22 de abril de 1822, na discussão do artigo relativo às eleições dos Deputados. O Deputado Borges de Barros apresenta uma proposta para o direito de voto das mulheres com seis filhos legítimos. Passaram 200 anos…
Importa notar que esta proposta não foi admitida à discussão por se considerar que votar seria “o exercício de um direito político e deles são as mulheres incapazes...”.
Faz sentido comemorar estes dias?
Claro que sim. Às vezes o óbvio não é tão óbvio e o tempo a sublinhá-lo também não é tanto assim…